Conclusão do caso de aneurisma de coronária causando IAM

Ao se deparar com o caso ilustrado anteriormente, foi optado por anticoagulação plena + antiagregação plaquetária. Após nove dias, o paciente evoluiu com hematúria, sendo suspensa a enoxaparina plena, com melhora desta complicação. Repetido o CATE dez dias após, demonstrando que não havia mais a imagem de oclusão de DA distal e a imagem correspondente ao aneurisma com menos retenção de contraste. Então foi dado alta ao paciente em uso de antiagregante plaquetário (AAS), ficando do mesmo retorna com 3 meses para repetir o CATE e de se fazer busca ativa em familiares do mesmo de outros casos de aneurisma de coronária.
Vale a pena ressaltar, que este não é um caso comum e que não muita evidência na literatura sobre o tratamento ideal. Segundo um artigo de revisão publicado no CArdiology in Review (2008; 16; 301-304) por Paul Cohen e Patrick T. Ogara, a associação mais comum de aneurisma de coronária é com doença arterial coronariana (50%), seguido de doenças congenitas (20-30%), além de outras causas como doenças inflamatórias, doenças do tecido conjuntivo, infecciosas, trauma e até iatrogênicas. A artéria mais acometida é a direita, sendo que doença arterial multiarterial é rara. O tratamento pode ser clínico, cirúrgico ou percutâneo. No entanto, não há evidências de qual a melhor opção de tratamento, ficando o paciente acima potado por tratamento clínico com anticoagulação na fase aguda e antiagregação plaquetária como manutenção.

Comentários

  1. Muito interessante tal caso,
    Mas realmente não entendi o motivo para repetição do CATE com 3 meses!

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  2. A conduta em questão novamente não foi baseada em evidências, mas na opinião de diversos experts (hemodinamicistas e clínicos), já que se trata de um caso raro, sem muitas descrições na literatura. O segundo CATE foi solicitado para definição de conduta, inclusive de implante de stent PTFE. No entanto, foi levantado a possibilidade desta conduta ser maléfica pela aumento da carga trombótica, visto perfil desta endoprotese com utilização apenas nos casos de ruptura de coronária.
    No caso em questão, o segundo CATE após cerca de 10 dias de anticoagulação + antiagregação plaquetária, evidenciou ainda retenção de contraste no possível aneurisma (podendo corresponder a trombo intracoronariano), apesar da melhora considerável do fluxo distal. Pela raridade do caso, achou-se prudente repetir o CATE com três meses para observar evolução da lesão e melhor definição anatômica.
    Na ausência de evidência a respeito da segurança e benefício do implante de stent com PTFE, não adotamos tal conduta. Seguimos o princípio da medicina baseada em evidências: salvo situações de plausibilidade extrema, uma conduta só deve ser adotada quando houver evidências de benefício. Não julgamos que o implante do stent tinha plausibilidade extrema para benefício.

    O mesmo raciocínio foi aplicado quando decidimos por não anticoagular o paciente.

    Luís Lima

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