Acidente Vascular Cerebral em Idoso

Masculino, 91 anos, hipertenso, admitido com sensação de mal-estar, tontura, sudorese e palidez, além de cafaléia. Realizou TAC de crânio que mostrava hipodensidade em cerebelo direito e sinais de infartos lacunares antigos. Solicitado ecocardiograma transesofágico para elucidação da etiologia do AVC. O exame não evidenciou shunts intra cardíaco, entretanto à retirada da sonda foi visualizada a seguinte imagem:

Comentários

  1. Muito interessante onde vemos que é de fundamental importância a visualização da aorta sempre no exame TE; na verdade o Dopper color sendo otimizado para detecção de menores velocidades foi visto que penetra na região aterosclerótica (é uma placa complexa, ulcerada com elemento móvel - grau 5) fonte da embolização.
    Há uma grande discussão sobre o potencial emboligênico dos ateromas aórticos e associação com eventos isquêmicos cerebrais e cardíacos, porém estes estudos não incluem um grande número de pacientes como o caso acima.

    Um estudo que foi desenhado para avaliar esta associação obteve resultado negativo: Atherosclerotic Disease of the Proximal Aorta and the Risk of Vascular Events in a Population-Based Cohort: the Aortic Plaques and Risk of Ischemic Stroke (APRIS) Study
    Porém no artigo ele mesmo cita a limitação deste estudo não servindo para o nosso caso:
    Study Limitations
    The main limitation of our study is the relatively small sample size, which may have affected the statistical power to detect a significant risk associated with large plaques. Moreover, we could not compare different race/ethnic groups. Given the small number of complex plaques, we could not evaluate the separate effect of complex plaque morphology, which has been linked to increased embolic risk.

    Temos uma revisão interessante do DEPECO:Placa de Aterosclerose em Aorta: Revisão Sobre Aterogênese, Formação de Placa, Significado Clínico, Métodos de Imagens e Tratamento. Rev bras ecocardiogr imagem cardiovasc 22 (2): 27 - 39, 2009.
    A questão mais importante é quem anticoagularia este paciente além da estatina que certamente fará parte da terapêutica?

    ResponderExcluir
  2. Sei que muitos consideram a possibilidade de anti-coagulação quando vêem placas deste tipo em aorta. Do ponto de vista de plausibilidade, quando pensamos em evento aterotrombótico, a terapia indicada é a antiagregação plaquetária. Para mudar este pensamento para anti-coagulação oral, seria nécessário um evidência de eficácia, o que não existe. Por isso, por mais feio que seja o achado, em minha opinião, a terapia é AAS + estatina.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Ritmo de Marca-passo - Ricardo Sobral

ESTUDO ISIS - 2