CRM e Tienopiridinas

Paciente, 76 anos, masculino, previamente hígido, foi admitido agitado, com dor precordial típica (10/10), associada a dispnéia, dessaturação e sudorese, sem alterações isquêmicas iniciais no ECG.

Imediatamente iniciado medidas para EAP sem sinais de choque cardiogênico e medidas pra SCA (inclusive clopidrogrel), sendo encaminhado a cinengiocoronariografia de urgência que evidenciou lesão grave de TCE, CX ocluída com colateral da DA, além de lesões em coronária direita.

O paciente foi encaminhado a unidade cardiovascular em uso de BIA e assintomático.

No dia seguinte, o paciente foi encaminhado a CRM (MIE-DA, SF-CD, SF-Mg) com tempo de CEC de 70 minutos e relato de sangramento no intra operatório com necessidade do uso de hemoderivados (03 CH, 02 plaquetas, 06 crio, ácido trannexâmico, complexo protrombínico e DDAVP).

Evoluiu com queda dos índices hematimétricos e nova necessidade de hemotransfusão, recebendo alta hospitalar após 08 dias da admissão com disfunção sistólica importante e IM grave.

Discussão:

O uso de BIA em pacientes com IAM sem sinais de choque cardiogênico, reduz o tamanho do infarto?

Em pacientes de alto risco, o uso de ticagrelor foi superior ao clopidrogrel?

O uso de tienopiridinas aumenta a mortalidade dos pacientes submetidos a CRM?

Discussão:

Não existem evidências no benefício de BIA em pacientes com IAM sem sinais de instabilidade hemodinâmica. Recentemente publicado, o estudo CRISP demonstrou que o uso de BIA não reduz o tamanho da área de infarto quando analisada por RNM do coração (desfecho substituto) e segundo guideline europeu 2010 o uso de BIA sem instabilidade continua com recomendação classe III, nível de evidência B.

Porém no contexto acima descrito, o uso de BIA passa a ter indicação na vigência de angina de difícil controle.

Foi demonstrado no subestudo do CURE, que o uso de tienopiridinas em pré operatório de CRM não aumentou mortalidade, mesmo à custa de sangramento maior.

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