Little Stenosis


Can Coronary Angiography predict the site of a subsequent  myocardial infarction in patients with mild-to-moderate coronary artery disease?


Clássico trabalho publicado em 1988, na revista Circulation, que a despeito da ausência de um refinamento estatístico maior, responde com elegância um questionamento que até os dias atuais promove dificuldade de entendimento por boa parte dos médicos generalistas e cardiologistas que lidam na prática clínica com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Desperta também, em muitos dos que se deparam com sua leitura, uma sensação de nostalgia - presenciada por mim e outros colegas durante a discussão deste trabalho - de um tempo em que uma medicina menos mecanicista tinha na figura do médico a melhor arma diagnóstica e terapêutica.
Trata-se de um trabalho retrospectivo, descritivo, no qual 29 pacientes foram selecionados entre 1975-1985. Para fazer parte deste trabalho, uma revisão de prontuário foi realizada a fim de selecionar todos os pacientes vítimas de IAM neste período, que apresentavam um CATE pré-infarto e outro CATE pós-infarto, com o objetivo de demonstrar se é possível através do CATE prever a estenose que será responsável pela lesão culpada do infarto e o tempo necessário para este evento acontecer. Os resultados foram surpreendentes: A maioria dos pacientes eram uni arteriais e apenas 1 paciente apresentava padrão tri arterial; 97% das estenoses consideradas culpadas no CATE pós-infarto tinha obstruções consideradas < 70% no CATE pré-infarto; o tempo de evolução até IAM não estava correlacionado ao grau de obstrução ou o número de artérias acometidas (média de 130 dias para pacientes sem doença coronariana significativa, 1029 dias para doença uni arterial e 594 dias para doença bi arterial) e na maior parte desses pacientes havia, no CATE pré-infarto,  lesões mais significativas que a própria estenose envolvida no infarto.
Dessa forma, podemos concluir que NÃO. Não é possível com CATE prever qual lesão será a responsável por Infarto futuro em pacientes com doença coronariana e nem o tempo necessário para isso acontecer. Mais importante ainda, há 25 anos, este trabalho demonstrou que placas menores apresentam  potencial de evoluir para oclusão arterial total, a depender de diversos fatores que possam proporcionar  instabilização da doença arterial; e não necessariamente  a maior placa será a responsável pelo evento. Um entendimento de que a doença é difusa e não, apenas, localizada.

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