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Mostrando postagens de 2017

Denervação Renal no hipertenso - A terapia que continua sendo inútil

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Paciente com HAS refratária, conceitualmente são aqueles que fazem uso de 3 tipos de  AHO  (anti hipertensivos orais) sendo um deles da classe dos diuréticos. Como proposta terapêutica, em 2014 foi publicado um estudo no NEJM ( A Controlled Trial of Renal Denervation for Resistant Hypertension )  cujo objetivo era testar se o procedimento invasivo de Denervação Renal (DR) é eficaz para redução de PA. Depois do fracasso em demonstrar controle de PA em pacientes hipertensos refratários, essa modalidade saiu de cena. Porém muitos questionam este estudo em relação à aderência medicamentosa pouco diferente nos 2 grupos e a possibilidade de o procedimento DR feito na época não ter sido completo. Neste cenário, foi publicado recentemente no JAMA, um novo ensaio clínico  ( Catheter-based renal denervation in patients with uncontrolled hypertension in the absence of antihypertensive medications (SPYRAL HTN-OFF MED): a randomised, sham-controlled, proof-of-concept trial )  que visa te

Betabloqueadores na IC, entendendo melhor...

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Desde estudos clássicos como CAPRICORN, COPERNICUS, SENIORS e MERIT-HF já sabemos que um subgrupo de 4 betabloqueadores (BB - metoprolol, carvedilol, bisoprolol e nebivolol) reduzem mortalidade em Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção Reduzida (ICFER). Entretanto, na sua maioria, os estudos que validaram essas drogas foram ensaios clínicos randomizados que tinham como objetivo testar a hipótese de redução de mortalidade. Dessa forma, algumas perguntas sobre o mecanismo através do qual se atinge essa redução de mortalidade ainda estavam em aberto. Seguindo uma linha mais fisiopatológica, foi publicada uma metanálse no JACC ( Heart rate and Rhythm and the Benefit of Beta-Blockers in Patients With Heart Failure ), que se difere das metanálises tradicionais por ter tido acesso aos dados clínicos de cada paciente presente nos principais estudos que comprovaram redução de mortalidade na ICFER. Com isso, se conseguiu uma precisão maior nos dados e evitou-se o viés, comu

PRECISE-DAPT score – Mas por que tanta pressa?

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      Publicado em março de 2017 na revista The Lancet, o artigo de derivação e validação do PRECISE-DAPT score aborda mais uma vez o tema “tempo ideal de dupla antiagregação plaquetária” . Apresentando um escore simples e com apenas  5 variáveis, sugere a possibilidade de predizer o risco de complicações hemorrágicas e em qual perfil de pacientes seria possível e benéfico abreviar o tempo da dupla antiagregação plaquetária (DAPT) para 3 a 6 meses.       Os autores argumentam que os escores de predição de sangramento em uso de DAPT existentes são aplicados somente após o início da terapia, sendo o PRECISE –DAPT aplicável já no início ou antes de iniciar a dupla antiagregação.       O escore foi aplicado retrospectivamente em 14 963 pacientes derivados de 8 ensaios clínicos multicêntricos randomizados, portadores de doença arterial coronariana que foram submetidos ao implante de stents farmacológicos  e posterior introdução de DAPT de curta ou longa duração. Foi definido com

TOPIC: Benefícios da troca da dupla-antiagregação um mês após SCA.

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  A dupla-antiagregação já demonstrou benefício na prevenção de trombose de stent, bem como na redução de eventos de re-infarto, mortalidade ou acidente vascular encefálico, após angioplastia coronária. No entanto, há o outro lado da moeda, pois mesmo tendo um benefício inestimável a DAPT não é livre de efeitos adversos e até preocupantes como os riscos de sangramento moderado a grave. Os bloqueadores P2Y12 “mais novos“ (Ticagrelor e Prasugrel)   têm um efeito inibitório mais pronunciado sobre a ativação plaquetária associado a um menor risco de eventos trombóticos coronários em associação com aspirina após a SCA , em compensação outras análises já demonstraram claramente um aumento do risco de sangramento com estes medicamentos, ocorrendo predominantemente durante a fase de manutenção (após o 1º mês de SCA). Em Março de 2017 foi publicado o artigo : “ Benefit of switching dual antiplatelet therapy after acute coronary syndrome: the TOPIC (timing of platelet inhibition