Série FA: Tratamento da FA - O que os estudos atuais nos dizem? Será que é tão simples assim?
O artigo, intitulado Rate- and Rhythm-Control Therapies in Patients With
Atrial Fibrillation - A Systematic Review, analisou cerca de 200
trabalhos publicados entre 2000 e 2013, envolvendo cerca de 28.800 pacientes no total. A proposta
do estudo era de analisar sistematicamente e através de metanálise, quando
cabível, a segurança e efetividade das estratégias de controle de ritmo e de
frequência no tratamento da FA.
Comparou os diferentes
medicamentos entre si; controle de FC mais rigoroso versus mais tolerante;
terapias nãos farmacológicas versus terapia farmacológica para controle de FC.
Avaliou ainda a restauração do ritmo sinusal através de cardioversão elétrica
versus cardioversão química e comparou medicamentos antiarrítmicos versus
ablação por catéter e ablação cirúrgica para controle de ritmo. Uma lista grande de desfechos
incluiu morte cardíaca e por todas as causas, restauração e manutenção de ritmo
sinusal, AVC e eventos embólicos, hospitalizações, qualidade de vida, estado
funcional, dentre outros.
Os resultados do estudo
foram controversos em alguns aspectos, citaremos os de maior relevância. Com relação à morte por todas as causas, 8
estudos foram analisados através de metanálise, com cerca de 6300 pacientes.
Embora sugerisse um potencial benefício das estratégias de C. de ritmo, não
houve significância estatística, uma vez que 6 dos 8 estudos cruzaram o 1 e com
heterogeneidade significante ( OR 1,34; 95% IC 0,89 - 2,02). Também na análise
de morte cardiovascular, eventos hemorrágicos e AVC não houve diferença entre
CF e CR (OR 0,96; 95% IC 0,77- 1,2 / OR 1,10; 95% IC 0,87-1,38 / OR 0,99; 95% IC 0,76 - 1,3 respectivamente).
Com relação às estratégias
de controle de ritmo, foi demonstrada superioridade da estratégia invasiva com
Isolamento de Veias pulmonares (IVP) em comparação com às drogas antiarrítmicas,
com significância estatística ( OR 5,87; 95% IC: 3,18 – 10,84). Comparando o
uso de antiarrítmicos previamente à cardioversão elétrica (CVE) versus apenas
CVE, foi sugerido benefício significativo de Ibutilida ou Metoprolol pré CVE. Comparando Amiodarona com Sotalol
para controle de ritmo, houve potencial benefício da Amiodarona, porém sem
significância estatística.
Os autores concluem citando
o que já foi citado no estudo AFFIRM: as
estratégias de controle de ritmo e de frequência têm eficácia semelhante para
os desfechos primários (morte por todas as causas, morte CV, AVE e eventos
hemorrágicos significativos) nos pacientes idosos com FA. Uma vez optado pelo controle de ritmo, o isolamento de veias pulmonares mostrou-se
melhor do que o uso de drogas antiarrítmicas, sobretudo em jovens, portadores
de FA paroxística e com doença cardíaca estrutural leve, com significância
estatística. Os próprios autores reconhecem as incertezas demonstradas com as
análises dos estudos envolvidos na revisão e sugerem que pesquisas futuras são
necessárias para esclarecerem alguns aspectos inconsistentes na análise.
Segue link para leitura
do artigo: http://annals.org/aim/article/1877019/rate-rhythm-control-therapies-patients-atrial-fibrillation-systematic-review
Show! Artigo repleto de conteúdo, super indico a leitura meus caros colegas!
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