Desconforto epigástrico e diagnóstico diferencial com SCA

Paciente do sexo feminino, 73 anos, hipertensa, dislipidêmica e diabética, com queixa de desconforto epigástrico há seis meses, com piora há 15 dias e intensificação do sintoma há 24 horas. Relata que o desconforto dura em torno de 15 minutos, de fraca a moderada intensidade (2/10) e melhora com alimentação. No entanto, no dia da admissão a dor não melhorou com alimentação, motivando-a procurar a emergência do hospital São Rafael, onde realizou este ECG:



A paciente vinha em uso de metoprolol, enalapril, sinvastatina, metformina e insulina NPH. Traz cintilografia miocárdica realizada há um ano, laudado como isquemia discreta em parede inferior:

Conduta:
a) nova cintilografia miocárdica?
b) cineangiocoronariografia?
c) Endoscopia digestiva alta?




Comentários

  1. Em SCA é fundamental o quadro clínico do paciente (isso define conduta), antes de qualquer método de imagem. Acreditando que a paciente (portadora de DAC) apresenta uma dor possivelmente anginosa (epigastralgia mal definida, porém com características diferentes da anterior, o que a motivou procurar o serviço de emergência), solicitaria a cineangiocoronariografia para definição de conduta e tratamento. Não vejo necessidade da CMPE, visto que vai estar alterada e não será um exame capaz de modificar minha conduta.

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  2. Neste contexto, convém definir se estamos diante de uma DAC estável com professado de sintomas (quer por evolução da doença ou secundário a HÁS não controlada, p ex) ou de uma SCA? Na primeira hipótese teríamos a necessidade de otimização da terapia clinica sem necessariamente realizar de imediato um cateterismo Cardiaco. Há espaço para terapia clinica otimizada ate que a angina se torne inaceitável. Aí realizaremos o estudo invasivo com revascularizacao provável, se a anatomia for situável. Alem disso, tanto uma cinti miocardica com isquemos discreta e próximo ao normal com mortalidade anual muito baixa. Assim, Luis nem toda angina implica em cate. Na segunda hipótese teríamos uma SCA em uma paciente com TR pelo menos moderado com ECG de baixo risco. Deste modo, caberia a instituição da terapia para SCA sem EST com cateterismo agendado para as 12 a 24 h seguintes. Lembro que o fator idade e o maior preditor da ocorrência de DAC.

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