LIFENOX
Na última sessão de discussão de artigo, do dia 22/01/12, foi analisado o estudo LIFENOX, publicado na NEJM em dezembro de 2011 (www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1012452 ), cujo objetivo foi a avaliar a mortalidade em pacientes críticos agudamente em uso de heparina de baixo peso molecular. Para isso, os autores utilizaram de um estudo duplo-cego, randomizado e multicêntrico, num total de 196 centros, sendo a maioria na Ásia, especialmente na Índia e na China. Foi feita a comparação entre dois grupos, um do qual usava meias elásticas compressivas associado a enoxaparina e o outro grupo usaria meias elásticas compressivas associado a placebo por 6 a 14 dias. Como critério de inclusão, os pacientes teriam que ter mais de 40 anos, pelo menos 48 horas de internamento e um dos seguintes critérios: ICC agudamente descompensanda, câncer (desde que não internassem para quimioterapia eletiva), infecção ativa (em paciente com DPOC, obesos, passado de TVP ou maior do que 60 anos de idade), internação > 6 dias, ASA < 4 e eastern cooperative oncology group score < 3.
Como desfecho primário de eficácia, foi analisado morte de qualquer etiologia no período de 30 dias e desfecho secundário morte de qualquer etiologia no período de 14, 60 e 90 dias, além de morte de causa cardiovascular, morte súbita ou TEP. Como desfecho primário de segurança foi avaliado sangramento maiores e desfechos secundários, sangramentos não maiores clinicamente relevante, qualquer sangramento e sangramentos menores.
Na análise estastística foi feito com intenção de tratar em relação ao desfecho primário, sendo que para obter um pode de 90% para redução do RR de 25%, teriamos que ter 3944 pacientes em cada grupo, assumindo uma incidência de desfecho primário de 7% no grupo placebo. Levando-se em conta uma perda de 5% da amostra, seriam alocados um total de 8300 pacientes no mínimo.
Ao observar as caractériscas dos grupos, verificou-se que a média de idade era de 65 anos e que a maior parte dos pacientes eram portadores de ICC aguda descompensada (31%) e sepse (56%), dificultando a extensão do resultado do estudo para os outras patologias (câncer [4%], por exemplo). Em relação ao desfecho primário de eficácia, não houve diferença estatística entre os grupos (enoxaparina 4,9% x placebo 4,8%, RR 1,0, IC 95% 0,8-1,2, p=o,83. Percebam que a incidência no grupo placebo, foi de 4,8%, não atingindo os 7% previstos, fazendo com que o estudo atingisse somente 77% de poder para redução do RR de 20% ( pouco abaixo do aceitável que seria 80%) ou 57% de poder para redução do RR de 25%. Em relação aos desfechos secundários de eficácia, também não houve diferença estatística.
Jà levando em conta os desfechos de segurança, não houve diferença em relação ao desfecho primário (enoxaparina 0,4% x placebo 0,3%, RR 1,4, IC 95% 0.7-3,1, p=0,35), mas houve em relação ao desfecho secundário de qualquer sangramento (enoxaparina 2,2 x placebo 1,5, RR 1,5, IC 95% 1,1-2,1, p=0,01).
Ao discutir o estudo, chegou-se a conclusão, de que mesmo que não tendo conseguido atingir o poder ideal, mas ter quase alcançá-l0, não há risco de mortalidade maior naqueles pacientes críticos não cirúrgicos em uso de enoxaparina. Isso daria uma tranquilidade maior em se optar em não usar o fármaco naqueles pacientes avaliados pelo estudo, que tivessem um risco maior de sangramento, por exemplo.
Como desfecho primário de eficácia, foi analisado morte de qualquer etiologia no período de 30 dias e desfecho secundário morte de qualquer etiologia no período de 14, 60 e 90 dias, além de morte de causa cardiovascular, morte súbita ou TEP. Como desfecho primário de segurança foi avaliado sangramento maiores e desfechos secundários, sangramentos não maiores clinicamente relevante, qualquer sangramento e sangramentos menores.
Na análise estastística foi feito com intenção de tratar em relação ao desfecho primário, sendo que para obter um pode de 90% para redução do RR de 25%, teriamos que ter 3944 pacientes em cada grupo, assumindo uma incidência de desfecho primário de 7% no grupo placebo. Levando-se em conta uma perda de 5% da amostra, seriam alocados um total de 8300 pacientes no mínimo.
Ao observar as caractériscas dos grupos, verificou-se que a média de idade era de 65 anos e que a maior parte dos pacientes eram portadores de ICC aguda descompensada (31%) e sepse (56%), dificultando a extensão do resultado do estudo para os outras patologias (câncer [4%], por exemplo). Em relação ao desfecho primário de eficácia, não houve diferença estatística entre os grupos (enoxaparina 4,9% x placebo 4,8%, RR 1,0, IC 95% 0,8-1,2, p=o,83. Percebam que a incidência no grupo placebo, foi de 4,8%, não atingindo os 7% previstos, fazendo com que o estudo atingisse somente 77% de poder para redução do RR de 20% ( pouco abaixo do aceitável que seria 80%) ou 57% de poder para redução do RR de 25%. Em relação aos desfechos secundários de eficácia, também não houve diferença estatística.
Jà levando em conta os desfechos de segurança, não houve diferença em relação ao desfecho primário (enoxaparina 0,4% x placebo 0,3%, RR 1,4, IC 95% 0.7-3,1, p=0,35), mas houve em relação ao desfecho secundário de qualquer sangramento (enoxaparina 2,2 x placebo 1,5, RR 1,5, IC 95% 1,1-2,1, p=0,01).
Ao discutir o estudo, chegou-se a conclusão, de que mesmo que não tendo conseguido atingir o poder ideal, mas ter quase alcançá-l0, não há risco de mortalidade maior naqueles pacientes críticos não cirúrgicos em uso de enoxaparina. Isso daria uma tranquilidade maior em se optar em não usar o fármaco naqueles pacientes avaliados pelo estudo, que tivessem um risco maior de sangramento, por exemplo.
Muito bom.
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