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Mostrando postagens de março, 2020

Devemos anticoagular o paciente renal crônico portador de FA?

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Ainda é desconhecido a real prevalência de pacientes com doença renal crônica (DRC) no Brasil. Ana Marinho e cols 1 , em 2017 , descreveram que cerca de 3 a 6 milhões de brasileiros são portadores de DRC, destes mais de 100mil em terapia dialítica. Por outro lado, estima-se que 10% dos pacientes com doença renal crônica dialítica sejam portadores de fibrilação atrial (FA). A grande questão é: devemos anticoagular nosso paciente dialítico portador de FA?                Pacientes em diálise têm maior incidência de acidente vascular encefálico (AVE) e em contrapartida, maior risco de sangramento, tornando a decisão pela anticoagulação um assunto cada vez mais debatido e complexo. Então na busca de respostas para nossa questão, foi realizado uma meta-análise publicada no JACC 2 este ano, “ Oral Anticoagulation for Patients With Atrial Fibrillation on Long-Term Hemodialysis ”.                Para essa meta-análise foi realizado pesquisa no MEDLINE e no EMBASE, totalizando 1.481

O sal e doenças cardiovasculares, culpado ou inocente?

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Os termos sal e sódio (1 g de sódio = 2,5 g de sal) são frequentemente usados de forma intercambiável. No entanto, com base no peso, o sal compreende 40% de sódio e 60% de cloreto, sendo a sua principal fonte, a dieta (90%). Antes de entrarmos no cerne do problema, é necessário um breve contexto histórico. Por milhares de anos, a única fonte de sal para os humanos era o mineral encontrado naturalmente nos alimentos, sendo a ingesta estimada em 0,5g/dia por cada indivíduo. Com o passar dos séculos, após a descoberta de suas propriedades conservantes, há cerca de 5.000 anos, o sal gradualmente se tornou a mercadoria mais tributada e comercializada no mundo. A partir disso, a alta ingesta de sal, por várias vias complexas e interconectadas, está relacionada a danos nos órgãos-alvo, resultando em doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas. Mas os estudos observacionais e randomizados concordam com esta afirmação?  O principal problema metodológico dos estudos epidemiológicos