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Mostrando postagens de novembro, 2016

PIONEER: Continuamos sem resposta...

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A presença de pacientes com fibrilação atrial submetidos a implante de stents coronários está se tornando rotina nos hospitais e consultórios médicos, e sempre vem a dúvida de como será a terapia com anticoagulante e antiplaquetários associados, já que a prevenção de AVC isquêmico e trombose coronariana não possuem uma terapia única e eficaz neste contexto. Sendo assim, o que escolher: terapia tripla? usar um anticoagulante e AAS? Um anticoagulante e clopidogrel? E por quanto tempo deve ser mantido? Qual anticoagulante escolher? Afinal, qual dessas escolhas é a mais segura de forma que mantenha a eficácia? Para responder a esta dúvida corriqueira surgiu o primeiro grande trial sobre o assunto, o PIONEER. Publicado no NEJM em novembro deste ano, recrutou mais de 2100 pacientes com FA (90% com CHADS-Vasc ≥2) submetidos à ICP com implante de stents farmacológicos por DAC estável ou síndrome coronariana aguda, sendo alocados entre 3 grupos de associação de anticoagulante

O badalado EXCEL trial, Nova tendência?

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   Everolimus-Eluting Stents or Bypass Surgery for Left Main Coronary Artery Disease   http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1610227#t=article Com surgimento da intervenção coronariana percutânea (ICP), surgiu o dilema entre a revascularização cirúrgica e percutânea. Cada vem mais o tratamento percutâneo vem ganhando mais espaço na abordagem de DAC e nas doenças valvulares. No contexto da DAC uns dos grandes dilemas atualmente é o tratamento da coronária esquerda, principalmente o tronco, por via percutânea que sempre foi considerada uma patologia de abordagem eminentemente cirúrgica. Após o estudo SYNTAX, já abordado em neste blog, foi publicado o estudo EXCEL na New England Jornal of Medicine no dia 31 de outubro de 2016. O EXCEL, foi um estudo aberto, randomizado, multicêntrico, envolvendo 17 países e 126 centros, durante o período de 29 de setembro de 2010 até 6 de março d e 2014. Esse estudo, teve como objetivo demostrar não inferioridade da ICP

Estudo PESIT - síncope e embolia pulmonar: Vale a pena investigar todo mundo?

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http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1602172#t=article O estudo PESIT – um ensaio clínico Italiano recentemente publicado no NEJM  -  propôs-se a avaliar a prevalência de Embolia pulmonar em pacientes hospitalizados por um primeiro episódio de síncope. O seu racional teórico se justifica na observação de que, muito embora esta entidade seja um dos diagnósticos diferenciais de causa de síncope e com um potencial de morbimortalidade elevado, até mesmo as principais diretrizes internacionais abordam pobremente a associação entre TEP e Síncope. A conclusão do estudo foi de que em cada 6 pacientes  internados com um primeiro episódio de síncope, 1 apresentava embolia pulmonar. Esta conclusão gerou grande repercussão, inclusive nas redes sociais; mas, como em tudo na vida (e na ciência), calma e atenção são fundamentais ao analisarmos os resultados deste estudo; do contrário, sairemos indicando angiotomografia pulmonar em cada paciente que chegar com síncope na emergência
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Arctic, Antarctic e a insistência dos testes de função plaquetária O uso de dupla antiagregação plaquetária (DAPT) quando indicada na DAC, se faz necessário devido ao alto risco de trombose, porém, junto a essa conduta aumenta também o risco de sangramentos. E se houvesse uma forma de medir a atividade plaquetária e tentar estratificar qual paciente possuiria maior risco de trombose ou maior risco de hemorragia fazendo uso da dupla antiagregação, para dessa forma ajustar a dose ou modificar o antiplaquetário em uso? Fazer uma conduta individualizada maximizando o benefício e minimizando o risco. A ideia soa bem aos ouvidos, e foi neste pensamento que surgiram em meados de 2010 os primeiros testes de função plaquetária. E em 2012, foi publicado o estudo Arctic que avaliou mais de 2mil pacientes usando DAPT (a maioria AAS + clopidogrel) após ICP eletivas em pacientes com média de idade de 60 anos, o qual mostrou a INEFICÁCIA dessa conduta quando comparada à terapia c