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Mostrando postagens de abril, 2017
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BENEFIT – Há esperança no tratamento da Doença de Chagas Crônica? “Randomized Trial of Benznidazole for Chronic Chagas’ Cardiomyopathy”, este foi o título de um dos estudos mais esperados entre os cardiologistas brasileiros e que deveria revolucionar o tratamento e a evolução da doença de Chagas na sua forma crônica. Publicado em outubro de 2015 na revista New England Journal of Medicine, o estudo envolveu 49 centros clínicos distribuídos em 5 países ( Brasil, Argentina , Colômbia, Bolívia e El Salvador) ,  de onde foram recrutados e randomizados 2854 pacientes, portadores de Doença de Chagas na sua forma crônica , para receber Benznidazol ou placebo, por um período variável entre 40 e 80 dias, com seguimento médio durante 5-6 anos.  O racional do estudo, baseado nas evidências atuais da permanência parasitária, mesmo na forma crônica da doença, era que, os doentes tratados com Benznidazol , tivessem redução nos desfechos clínicos combinados, caracterizado como primeiro e
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EVOLUCUMAB – até quanto vale a pena reduzir LDL-c? Há muito se sabe que pacientes com doença aterosclerótica (DAC) se beneficiam da redução de colesterol LDL (LDL-c) tanto no contexto primário quanto secundário. Diretrizes sobre dislipidemia, como a brasileira, recomendam um nível menor que 70 para profilaxia secundária em pacientes com DAC. Opções terapêuticas não faltam. Apesar de estatina ainda ser a primeira opção, novas drogas surgem com propostas de redução adicional a terapia máxima de estatina. Nesse contexto, novos estudos como o IMPROVE-IT ( IMProved Reduction of Outcomes: Vytorin Efficacy International Trial) mostrou beneficio clínico (desfechos duros) com redução adicional do LDL-c para níveis ainda mais baixos como 54. Diante deste fato, fica uma dúvida: até que nível de LDL-c haverá benefício clínico da redução? Para responder esta pergunda foi realizado o estudo FOURIER com a nova droga Evolucumab (inibidor PCSK9) que tinha por objetivo testar efic

Ultrassom de pulmão: a antecipação de uma promessa

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http://journal.publications.chestnet.org/article.aspx?articleid=1085987                  Muito se tem falado do ultrassom beira-leito como uma ferramenta versátil, amplamente disponível e com capacidade de dar maior rapidez a diagnósticos e terapias no ambiente da emergência e da terapia intensiva. Embora a USG pulmonar tenha sido concebida como possibilidade em 1989, o tema vem ganhando os holofotes nesta última década e a técnica vem emergindo rápido, trazendo consigo um entusiasmo da comunidade médica em geral. Alguns chegam a comparar o uso de ultrassonografia beira-leito ao paradigma do pára-quedas – a plausibilidade de uma hipótese ser tão extrema que não precisaria ser testada. Em meio a tanto alvoroço, vale a pena buscar o cerne dessa ideia que hoje arrasta uma legião de defensores da “causa”.                 Uma das primeiras e mais emblemáticas publicações sobre ultrassom de pulmão foi de 2008, da revista CHEST. Pautado no racional de prover rapidez no diagnóstico
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Infarto com supra e lesões multiarteriais: o que abordar? Tema de diversas discussões, artigos e recomendações pelas principais diretrizes do mundo, a intervenção de outras artérias não culpadas, durante um infarto com supradesnível do segmento ST (STEMI), foi alvo de mais um estudo: o Compare-Acute – publicado em março de 2017 na New England Journal of Medicine. Este estudo prospectivo e multicêntrico, randomizou os pacientes com STEMI, apresentando outras lesões angiográficas significativas (≥ 50%), para realização da mensuração do FFR, com um grupo recebendo tratamento completo (se FFR ≤ 0,8) X tratamento apenas da artéria culpada. Vale ressalta que o grupo “apenas artéria culpada” tinha seu procedimento encerrado após a medida do FFR, tendo alta para acompanhamento com seu médico sem ambos saberem o resultado deste, entretanto, era óbvio a não realização do tratamento completo. O FFR é um método que mensura a pressão antes e após a lesão coronariana, gerando um

Nefropatia Induzida pelo Contraste: possível prevenir?

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Procedimentos envolvendo contraste iodado intravascular tem sido uma constante preocupação na prática clínica, principalmente naqueles pacientes que apresentam sabidamente a função renal comprometida. A nefropatia induzida pelo contraste se apresenta como a 3ª causa mais comum de lesão renal aguda em pacientes internados, não existe tratamento, portanto, o foco está na prevenção. Esta entidade manifesta-se, usualmente, como uma injúria renal aguda não- oligúrica que por definição, deve haver um aumento na creatinina basal de 25-50% ou um aumento superior a 0,5mg/dl em 24-48 horas após o procedimento com contraste. A principal medida preventiva considerada nos ultimos anos é a hidratação, sendo amplamente utilizada em nosso meio.  Em 20 de Fevereiro de 2017 foi publicado no The Lancet o artigo entitulado por: "Prophylactic Hydration to Protect Renal Function from Intravascular Iodinated Contrast Material in Patients at High Risk of Contrast-Induced Nephropathy (AMACI