DAC estável
Paciente 84 anos, masculino, hipertenso, sem sintomas cardiovasculares mesmo em atividades de grande esforço, praticante de cooper, foi submetido a CMPE que evidenciou FE estimada de 64%, discreta isquemia miocárdica associada a discreta fibrose no segmento apical das paredes anterior e septal, desencadeando a solicitação de cineangiocoronariografia.
O CATE eletivo demonstrou TCE trifurcado com calcificação importante e estenose de 75 a 90% envolvendo bifurcação; DA com estenose de 90% proximal, 50% médio e 75% distal; CX com estenose de 90% ostial e 1° Mg de moderada importância com lesão proximal suboclusiva; CD com estenose de 75% em 1/3 médio.
Visto que se mantinha assintomático com DAC estável, recebeu alta hospitalar para decisão terapêutica do médico assistente.
No 3° dia pós CATE, apresentou dispnéia fugaz que melhorou com uso de metoprolol , febre (39°C), dor abdominal, urina com odor pútrido, calafrios e mal estar, sendo admitido em unidade fechada com diagnóstico de ITU associada a disfunção renal sem indicação de diálise. Nesse momento houve aumento da troponina, sem elevação de CK MB massa e sem dor torácica.
Paciente evoluiu com dispnéia acompanhada de queda da SatO2, dor epigástrica (08/10), ECG com infra desnível de ST de V1 a V6 e elevação dos MNM. Foi iniciado medidas para congestão pulmonar, sem resposta adequada, necessitando de otimização para SCA, uso de BIA e CRM de urgência.
EURO Score: 15
Discussão:
Necessidade de cineangiocoronariografia em paciente assintomático.
Necessidade de CRM eletiva ou otimização do tratamento clínico após CATE.
Conclusão da sessão clínica:
Não existem evidências de que o paciente assintomático deva realizar pesquisa de isquemia de rotina. Isto porque está demonstrado de que pacientes estáveis não se beneficiam de revascularização além do tratamento clínico, que neste caso já está bem indicado como prevenção primária.
Uma vez realizado cineangiocoronariografia, evidenciou-se lesão grave de TCE. Diante dessa anatomia extrema , optou-se por revascularização cirúrgica.
Clique aqui para ver a discussão que se segue, após considerar a evolução do paciente 2 meses depois.
Adorei a conclusão. A forma como escreveu deixou tudo muito claro;
ResponderExcluirExcelente!