STREAM
STREAM –
Fibrinolysis or primary PCI in ST-Segment Elevation Myocardial Infarction
Em
um país onde poucos são os centros preparados para realização de angioplastia
primária no cenário de IAM com Supra ST, este é um estudo que, realmente, vale
apena ser debatido. Quanto a angioplastia primária é melhor que trombólise?
Estudos anteriores já responderam essa pergunta e a resposta é 1%, isso mesmo;
angioplastia primária reduz 1% a mais de desfechos (duros) que trombólise.
Entretanto, este trabalho vem responder outro anseio de cunho muito prático, a
angioplastia primária muito precoce (tempo porta-balão ≤ 60 minutos) é melhor
do que trombólise pré-hospitalar em pacientes com ∆T de sintomas menor que 3
horas?
O
estudo STREAM reuniu 1892 pacientes com IAM com Supra ST dentro de 3 horas do
inicio dos sintomas, randomizados para angioplastia primária (ICP) ou trombólise
pré-hospitalar (1:1). A randomização foi realizada a partir do diagnóstico de
IAM com Supra ST através dos critérios eletrocardiográficos e clínicos já estabelecidos
e encaminhados para ICP caso o tempo randomização-balão fosse menor que 60
minutos ou trombólise pré-hospitalar com tenecteplase caso esse tempo não fosse
respeitado. Para todos aqueles submetidos à trombólise,
um CATE era realizado após 6 a 24 horas. O desfecho primário analisado foi o
composto de morte, choque, insuficiência cardíaca ou reinfarto até 30 dias.
Desfechos primários ocorreram em 12,4% do grupo trombólise e 14,4% do grupo ICP
sem significância estatistica, enquanto que AVC hemorrágico foi mais freqüente
no grupo trombólise e, hemorragias em outros sítios foi similar entre as
intervenções.
Apesar
da similaridade entre os grupos, algumas considerações merecem serem feitas:
Todos os pacientes do grupo trombólise submeteram-se de forma precoce à ICP no
qual foi visto que um fluxo TIMI 3 estava presente em apenas 58,5% dos
pacientes, enquanto que 92,3% dos pacientes do grupo ICP primária apresentaram
como resultado final TIMI 3, demonstrando que trombólise abre completamente a
artéria culpada em aproximadamente metade dos pacientes. Cerca de 36,3% dos pacientes do grupo trombólise
submeteram-se a ICP de urgência por persistência de sintomas, complicações
hemodinâmicas ou mecânicas que, no entanto não se refletiu ao final dos 30 dias
em diferenças nos desfechos primários. Finalmente o que considero mais
importante, o tempo de inicio dos sintomas até a injeção de tenecteplase foi um
mediana de 100 minutos enquanto que se levou 178 minutos de tempo
sintoma-balão, com tempo porta-balão de 30 minutos; algo considerado
extremamente rápido e precoce que poderia até favorecer a impressão de que ICP
primária seria mais benéfica e teria maior impacto em desfechos, o quê na
verdade não aconteceu. A mensagem que este trabalho nos deixa é que como
estratégia primária de reperfusão miocárdica com tempo de sintomas de até 3
horas ambos os procedimentos são eficazes sem diferença em desfechos, no entanto
para o grupo submetido à trombólise, este deve realizar uma cineangiocoronariografia
precoce (6-24h), podendo ser transferido para um centro capacitado em ICP com
maior tranqüilidade.
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Muito boa a matéria, parabéns.
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