EUCLID e o Ticagrelor pela busca por espaço. 



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A aterosclerose possui um acometimento sistêmico, tendo suas apresentações principais nas circulações cerebrais, cardíacas e periféricas. Antiplaquetário e estatina são a base de seu tratamento. Na década de 90, logo após o surgimento do clopidogrel, maior poder antitrombótico que o AAS, foi feito uma comparação entre estas duas drogas com pacientes de alto risco aterosclerótico (AVCi e SCA recentes e DAOP sintomáticos) na tentativa de mostrar superioridade do novo inibido do P2Y12. Porém, o único subgrupo que mostrou diferença foi nos pacientes com DAOP. Desde então há o conceito que na doença aterosclerótica periférica, a preferência seria do clopidogrel (apesar do NNT 87 – CAPRIE Trial, The Lancet 1996).

Passados duas décadas, surgiram novos inibidores do P2Y12, principalmente o ticagrelor, e consigo, vários trials para promover a droga vem sendo realizados. Para o nicho das SCA, veio o PLATO mostrando benefício da DAPT com AAS e ticagrelor, maior naqueles com alto risco. Quanto ao grupo dos pacientes com AVCi, o ticagrelor não se mostrou ser superior ao AAS, como demonstrado no SOCRATES (NEJM 2016).  

Agora, novamente para promover o ticagrelor no grupo dos pacientes com DAOP sintomáticos, 13.800 indivíduos foram estudados no EUCLID, publicado no final do ano no NEJM, tentando mostrar sua superioridade ao clopidogrel a fim de reduzir eventos cardiovasculares maiores (morte cardiovascular, AVCi e IAM – desfecho primário). Porém, o estudo foi negativo, 10,8% x 10,6%, HR 1.02, IC 95% 0.92 a 1.13; P = 0.65.


Dessa forma, continua o ticagrelor tendo espaço no mercado apenas para a SCA, porém naqueles de alto risco. 

http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1611688#t=article

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