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Mostrando postagens de junho, 2018

SPRINT - A certeza da incerteza!

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     Em Novembro de 2015, com a publicação do Artigo SPRINT no NEJM, tivemos renovada a esperança de que o pensamento mais óbvio ao falarmos de Hipertensão, finalmente foi constatado: Quanto mais baixa a pressão arterial melhor! Dessa forma, fecharam-se os olhos para eventuais “probleminhas metodológicos” e de cara, este ensaio clínico, ganhou força mundial, inclusive sendo forte influenciador do novo Guideline Americano de HAS publicado em 2017.      No entanto, sabemos que esta hipótese de quanto mais controlada a PAS melhor para o paciente, já tentou ser provada antes, como por exemplo, no estudo de boa metodologia denominado ACCORD e não foram obtidas evidências significativas para relacionar um controle mais rigoroso com uma redução de desfechos.   O que seria necessário fazer para encontrar este alvo da Pressão arterial ?      O SPRINT foi um estudo clínico randomizado, controlado, não cego conduzido em 102 clínicas nos EUA e Porto Rico. Entre critérios de elegibilidade
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A Regra é Clara! O Estudo ICON-Reloaded O estudo ICON-Reloaded foi um estudo publicado no JACC, em 20 de março de 2018, desenhado como um estudo de acurácia de um método diagnóstico, no caso, do NT-Pro-BNP no diagnóstico de Insuficiência Cardíaca (IC) em pacientes dispneicos admitidos no departamento de emergência. O conceito que motivou sua concepção foi o de que as mudanças nas características epidemiológicas da população (mais obesos, renais crônicos dialíticos, portadores de FA) em relação aos primeiros trabalhos envolvendo o BNP, poderiam ter comprometido a acurácia dos pontos de corte do BNP e caso isso fosse verdade, eles precisariam ser revistos. Nesse sentido, 1.461 pacientes admitidos em 19 centros médicos com dispneia foram avaliados clinicamente quanto à presença ou não de IC e tiveram uma amostra de sangue coletada para dosagem do NT-Pro-BNP. Após isso, uma comissão avaliadora, cega quanto ao resultado do NT-Pro-BNP, julgava o diagnóstico de IC como co
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A Kind of Magic! O estudo SECURE-PCI  O estudo SECURE-PCI foi um ensaio clínico publicado no JAMA em 11 de março de 2018. Foi um estudo brasileiro, coordenado pelo Research Institute Heart Hospital e Brazilian Clinical Research Institute. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, placebo-controlado, multicêntrico (53 centros brasileiros), duplo cego, cujo objetivo principal foi avaliar o efeito de doses de ataque de atorvastatina em Evento Cardiovascular Adverso Maior (MACE), composto por: mortalidade por todas as causas, IAM, AVC e revascularização coronária não-planejada ao longo de 30 dias, em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) e manejo invasivo planejado para até 07 dias do evento. Os desfechos secundários eram a ocorrência dos mesmos MACE's em 6 meses e 1 ano. Para isso, os pacientes admitidos nos departamentos de emergência com SCA e intervenção coronariana percuntânea (ICP) planejada foram randomizados para receber 80 mg de Atorvastatina (n=208
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Rivaroxabana, melhor para prevenção secundária de DAC estável – será? A despeito de todo arsenal que dispomos nos dias de hoje para prevenção secundária de doença aterosclerótica estável, o risco de eventos recorrentes permanece alto e gira em torno de 5-10% ao ano. Diversos estudos tentaram demonstrar que a associação de anticoagulantes à terapia padrão, poderia ser benéfica sem aumentar tanto risco de sangramento no manejo destes pacientes. Entretanto, o que se alcançou até agora, foram resultados modestos no que tange a recorrência de eventos , com aumento substancial de sangramento dos mais variados sítios, sobretudo com uso dos inibidores da vitamina K. É incerto também, se os inibidores seletivos diretos do fator Xa, que já demostraram, em trials anteriores, sua eficácia para prevenção de eventos trombóticos em comparação à varfarina e com uma menor taxa de sangramento, possa manter sua segurança quando associado a um inibidor plaquetário. Tentando responder est

Usar beta bloqueadores realmente previne cardiotoxicidade por quimioterápicos ?

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        A cardio-oncologia é uma subespecialidade dentro da cardiologia que trás uma perspectiva de encontrar formas de proteção cardíaca, contra a agressividade dos quimioterápicos. Apesar dos avanços na sobrevida de pacientes com câncer, seu prognóstico permanece limitado pelas complicações relacionadas com o tratamento: cardiotoxicidade de agentes quimioterápicos.            A antraciclina é responsável por disfunção miocárdica precoce e tardia, relacionadas com a dose cumulativa, gerando um desequilíbrio na regulação dinâmica da função cardíaca promovendo alterações na atividade adrenérgica e apoptose dos miócitos.            Diversas estratégias tem sido propostas para reduzir a cardiotoxicidade da Antraciclina e nesse contexto, o trial entitulado Carvedilol for Prevention of Chemotherapy Related Cardiotoxicity , objetiva avaliar o papel do carvedilol, diante de evidências controvérsias suportando o uso dos beta bloqueadores para prevenir a cardiotoxicidade por antracicli