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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

AFFIRM trial: Devemos sempre buscar a “normalização” de uma patologia?

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http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa021328 Quando um médico se encontra diante de uma patologia tenta, meio que de imediato, intervir com o intuído de atingir a “normalização” do organismo. Será que esse pensamento sempre será o melhor para o paciente? Para contextualizar esse dilema temos um exemplo interessante o AFFIRM trial. Um estudo multicêntrico, randomizado, aberto, que teve como desfecho primário, morte por qualquer causa. Neste trial foi analisado terapêuticas como manter em Ritmo sinusal (Normalização) vs controle de frequência no tratamento de fibrilação atrial. No resultado do trial observamos que no grupo de controle do ritmo no seguimento de 5 anos apenas 62% mantiveram-se em ritmo sinusal, contrastando com os 80% tiveram a frequência almejada no grupo de controle da frequência. Em relação ao uso de anticoagulante houve uma diferença de apenas 10% entre os grupos sendo maior no grupo de controle da frequência em relação ao controle do ritm

A visão do CHA2DS2-VASc corrigida pela lente dinamarquesa

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http://www.bmj.com/content/342/bmj.d124                 A anticoagulação dos pacientes com fibrilação atrial está sustentada no risco de eventos embólicos (particularmente de acidente vascular cerebral - AVC) atribuído a esta arritmia, principalmente quando associados a fatores de risco bastante conhecidos, como idade, insuficiência cardíaca, diabetes, hipertensão e passado de AVC. Na tentativa de aperfeiçoar a indicação desta terapia, escores de risco foram criados para estratificar o risco de eventos embólicos conforme as comorbidades do doente, sendo o primeiro deles o famoso CHADS2.                 Este score tem uma capacidade limitada de predizer o futuro, como qualquer escore de avaliação prognóstica, e por esse motivo um novo score entrou em cena – o CHA2DS2-VASC. O estudo do qual derivou esta ferramenta é bastante questionável em termos de qualidade metodológica: poucos pacientes (cerca de 7000), risco de eventos de acordo com a pontuação do score com intervalo d

Série NOACs: ARISTOTLE Trial e a evolução dos anticoagulantes orais

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http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1107039#t=article Em 2011 o estudo ARISTOTLE entra em cena para selar o destino dos NOACS na fibrilação atrial. Após a Dabigatrana (que no RE-LY trial mostrou-se não inferior ao Warfarin na dose de 110mg 2 vezes ao dia com redução de sangramentos maiores e morte em relação àquele; e superior ao Warfarin na dose de 150mg 2 vezes ao dia ) e a Rivaroxabana  (que no ROCKET AF mostrou-se não- inferior ao Warfarin em dose única diária, a despeito de sua meia-vida de 12 horas, mas também com a vantagem da redução de sangramentos maiores) a Apixabana é apresentada ao mundo com a pretensão de ser a "melhor de 3". O ARISTOTLE, de forma audaciosa, propôs-se a provar ser a Apixabana superior à Warfarina em anticoagulação na FA,  com menor ocorrência de sangramentos e redução na mortalidade por qualquer causa. Mas, embora pretensioso, o estudo foi cuidadoso o suficiente para, antes de tudo, atestar a sua não inferioridade

Série NOACs : Rocket trial. Será só uma questão de posologia?

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Rivaroxaban versus Warfarin in Nonvalvular Atrial Fibrillation N Engl J Med 2011; 365:883-891 ,  DOI: 10.1056/NEJMoa1009638 Após a publicação da RE-LY trial no qual a dabigratan na dose de 150mg duas vezes ao dia demostrou ser superior a warfarina na anticoagulação em FA não valvar, surge então o ROCKET Trial. OBS: Mais detalhes sobre o RE-LY conferir a excelente postagem anterior: http://cardiologiahsr.blogspot.com.br/2017/01/serie-noacs-re-ly-o-primeiro-passo-para.html O ROCKET trial, foi desenhado para comparar a rivaroxabana versus warfarina na anticoagualção em FA não valvar.         Por ser um estudo posterior ao RE-LY teve como vantagem realizar um aprimoramento metodológico. Entretanto possuía a responsabilidade de demostrar um resultado no mínimo semelhante. Do ponto de vista metodológico de fato o ROCKET teve algumas adequações em relação ao RE-LY. Além de ser randomizado, multicêntrico, trouxe a novidade de ser d