Relato de Caso: Dor precordial típica em paciente de 47 anos.
C.L.S.
Paciente feminina, 47 anos, hipertensa,
natural e procedente de Brasília.
Relata que em 19/06/12, por volta
das 11 horas, após ter passado por um momento importante de estresse (recebera
notícia do sequestro de sua filha), começou a cursar com dor precordial, de
forte intensidade, constrictiva e com duração de aproximadamente 02 horas, sendo
levada para atendimento em Clínica Privada, na cidade de Luis Eduardo Magalhães; admitida ainda
mantendo sintomatologia, de menor intensidade. Realizado Eletrocardiograma (descrição
de prontuário da referida Clínica e do Hospital a qual foi transferida posteriormente em Brasília),
que evidenciava supradesnivelamento do segmento ST, em parede ântero-lateral e
inferior.
Foi medicada com AAS,
Clopidogrel, Atenolol, Atorvastatina, Nitrato EV, Morfina e Clexane. Laboratório
de 20/06/12, evidenciava elevação dos marcadores de necrose miocárdica: Troponina
1,29- 0,97 (valor de referência < 0,05) e CKMb massa 21,7- 7,1 (valor de
referência < 5,43). Feita suspeita diagnóstica de Infarto Agudo do Miocárdio
com Supradesnivelamento do segmento ST em parede ínfero-lateral.
Encaminhada ao Hospital do
Coração em Brasília no dia 20/06/12, já assintomática, com hemodinâmica
estável.
Encaminhada ao CATE, já com cerca de 24 horas
do início da dor: Artéria CD dominante, com lesão de 20% proximal; placa com
aspecto estável. Artéria DA lesão de 20% ostial; placa com aspecto estável;
presença de ponte intra-miocárdica em 1/3 médio. Demais artérias sem
alterações. Ventrículo esquerdo com acinesia ântero-medial, ântero-apical,
ínfero-apical e ínfero-medial. Função contráctil preservada. (Permaneceu internada por 03 dias na Unidade
Coronariana).
Ecocardiograma de 21/06/12:
Fração de ejeção de 39% (Simpson); hipertrofia ventricular esquerda de grau
leve; acinesia em parede septo-anterior e dos segmentos apicais de todas as
outras paredes. Paciente evoluiu após alta com dispneia aos esforços moderados,
com melhora progressiva, em uso de AAS, Carvedilol, Enalapril, Sinvastatina,
Espironolactona e Sertralina.
Em 02/07/12 apresentou quadro de
desvio de comissura labial para esquerda e hemiparesia transitória à direita.
Novo Ecocardiograma de 12/07/12: Fração de ejeção de 53% (Simpson), com hipocinesia
nas regiões apicais das paredes anterior, septal, lateral e inferior, com
contratilidade preservada nos demais segmentos; presença de imagem compatível
com trombo pouco móvel, localizado no segmento septo apical, medindo 1,2x2,3
cm em seu maior diâmetro. Fez uso de Marevan por 06 meses, sem intercorrências.
Eletrocardiograma de 30/07/12:
Isquemia sub-epicárdica ântero-lateral, lateral-alta e inferior.
Em avaliação médica (11/04/13), encontrava-se
estável, não mais relatando sintomas de dispneia ou novos episódios de dor torácica, realizando suas atividades regularmente.
Eletrocardiograma de controle, com alteração difusa e inespecífica de
repolarização ventricular. Ecocardiograma: Hipertrofia ventricular esquerda de
grau leve; desaparecimento das alterações nas paredes apicais.
Impressão
final: Síndrome de Takotsubo.
Dr. Neudson Gomes; médico assistente da disciplina de Cardiologia do Hospital São Rafael
Excelente avaliação.
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