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Mostrando postagens de 2015

Estudo Brigde: menos, em alguns casos, pode ser mais.

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A interrupção da anticoagulação com warfarina para a realização de cirurgia ou procedimento invasivo eletivo, em pacientes portadores de fibrilação atrial (FA), é uma situação comumente enfrentada pelo Cardiologista. O risco de um evento tromboembólico, nesse grupo de pacientes é muito temido, fato esse que gerou uma necessidade de se realizar uma terapia que teoricamente garantisse uma proteção a essa população enquanto a anticoagulação permanecesse interrompida, a ponte de heparina. Alguns estudos de caráter observacional tentaram avaliar a melhor dose e o momento para a realização da ponte de heparina, entretanto essas questões ainda permanecem incertas, inclusive a própria necessidade da realização da ponte de heparina em si, fazendo com que existam divergências entre as diretrizes. Devido ao exposto acima, o presente estudo objetivou avaliar a necessidade do uso da ponte de heparina, antes e após a cirurgia ou procedimento invasivo. Os autores acreditavam que a não real

Is Epinephrine During Cardiac Arrest Associated With Worse Outcomes in Resuscitated Patients? (J Am Coll Cardiol 2014;64:2360–7)

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O presente estudo unicêntrico e observacional mostrou que Epinefrina quando administrada com PCR pré-hospitalar foi associada com menor probabilidade de sobrevida sem disfunção neurológica. Estudos prévios haviam mostrado que a administração da epinefrina aumentava a probabilidade do retorno à circulação espontânea (RCE), entretanto esse benefício não era traduzido em mortalidade ou prognóstico neurológico em longo prazo. Os estudiosos apontam como possível hipótese por esses achados os efeitos deletérios da medicação tais como disfunção miocárdica, aumento do consumo de oxigênio e anormalidades circulatórias. O estudo avaliou 1.556 pacientes admitidos em um hospital terciário de Paris. Entre aqueles que inicialmente tiveram RCE, a sobrevida na alta hospitalar com categoria de performance cerebral 1 ou 2 ocorreu em 17% nos pacientes que receberam epinefrina contra 60% naqueles que não a receberam (p<0,001). Em uma sub-análise pareada por escore de propensão, a sobrevida com um
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Trial of Everolimus-Eluting Stents or Bypass Surgery for Coronary Disease - BEST Estudos randomizados e observacionais têm mostrado que a taxa de eventos adversos que ocorrem em pacientes com doença coronária multi arterial é menor naqueles submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) do que nos submetidos à intervenção coronariana percutânea (ICP). Guidelines recentes recomendam a revascularização miocárdica como sendo o tratamento de escolha para tais pacientes, porém os estudos prévios têm se limitado ao uso de stents farmacológicos de primeira geração. Estudos têm mostrado que stents de Everolimus (2ª geração) são mais seguros e eficazes quando comparados aos de primeira geração, observando-se principalmente redução na taxa de reestenose. Baseado nestes conceitos, o estudo BEST foi proposto a fim de comparar eventos cardiovasculares em pacientes multiarteriais submetidos à ICP x CRVM. O estudo BEST foi um estudo prospectivo, aberto, randomizado, conduzido

Ablação Cirúrgica da FA Durante Cirurgia de Válvula Mitral: prova de conceito

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N Engl J Med 2015; 372:1399-1409 April 9, 2015 DOI: 10.1056/NEJMoa1500528 A Fibrilação Atrial (FA), está presente em 30 a 50% dos pacientes submetidos a cirurgia de valva mitral (CMV). Está associada com redução de sobrevida e aumento do risco de AVC. A evolução das técnicas cirúrgicas de ablação da FA tem levado a um amplo uso durante as cirurgias cardíacas, entretanto a sua eficácia e segurança não foram rigorosamente testadas, levando a uma grande variação na prática entre os cirurgiões. Estudos prévios mostraram benefício quanto a realização da ablação cirúrgica durante a cirurgia de valva mitral, entretanto devido ao fato de não terem sido randomizados, haver uma heterogeneidade da população estudada, ausência de medidas de resultado padronizadas e a dificuldade em monitorar e acompanhar os pacientes, existe uma dificuldade em quantificar a real eficácia desse procedimento em indivíduos portadores de FA que se submetem a cirurgia valvar mitral. Nesse c

Trombectomia pré ICP no infarto com supra de ST: realizar de rotina?

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        N Engl J Med 2015; 372:1389-1398  April 9, 2015 DOI: 10.1056/NEJMoa1415098         Sabe-se que uma proporção significativa de pacientes que sofrem um infarto agudo do miocardio apresentam prejuízo persistente do fluxo sangüíneo microvascular apesar de uma reperfusão bem sucedida. O mecanismo que leva a essa disfunção permanece incerto, mas supõe-se que a embolizaçao de microtrombos durante a realização de Intervenção Coronariana Percutânea (ICP) possa ser um contribuinte importante. Com o objetivo de testar a hipótese de que a retirada manual desses trombos poderia melhorar perfusão e reduzir desfechos clínicos, alguns estudos foram realizados e serviram de base para mudanças de conduta, embora não tivessem poder suficiente para isso.             Em 2008 foi publicado o estudo TAPAS. Um ensaio clínico randomizado, unicêntrico, com 1071 pacientes, desenhado com  o objetivo primário de avaliar perfusão miocárdica durante a realização de ICP no IAM, através da comparaçã
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Por muito tempo ferramentas têm sido recomendadas para avaliar RISCO DE DOENÇA ARTERIAL CORONIARIANA.  Escores, como o de Framinghan, que leva em consideração fatores como idade, sexo, Diabetes, Pressão Arterial sistólica e diastólica, tabagismo e níveis de lípides estimam risco de angina, infarto ou morte por doença coronariana em 10 anos, sendo considerado baixo quando inferior a 10%, intermediário se entre 10 e 20% e alto quando maior que 20%. Outros têm surgido  na tentativa de estimar de maneira mais correta possível, seja fixando limites e metas para terapia hipolipemiante, utilizando história de doença coronariana precoce e sensibilidade de Proteína C reativa    ou mais recentemente com a terapia de redução de risco. Então, este artigo, publicado recentemente em fevereiro, tenta comparar a capacidade de calibração, ou seja de predizer o risco, e discriminação (diferenciar os pacientes que no futuro terão o desfecho e aqueles que permanecerão livres do desfecho)  do mais r