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Mostrando postagens de 2013
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Estágio em Cardiologia Hospital São Rafael Ano 2014

EUROMAX - NEJM 2013

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Bivalirudina Started During Emergency  Transport for Primary PCI Intitulado EUROMAX, trata-se de um ensaio clínico publicado recentemente no New England comparando Bivalirudina (anticoagulante inibidor da Trombina) com Heparina, no atendimento pré-hospitalar de pacientes com IAM com Supra de ST encaminhados para Intervenção Coronariana Percutânea (ICP). Tenho certeza de que muitos estão com a impressão de que já viram esta resposta em algum outro grande Trial, estão quase certos, trata-se de um quase Déjà Vu; já que em 2010, o estudo Horizon AMI fez exatamente a mesma comparação no ambiente hospitalar e a resposta foi consistente e consoante com a já expectativa da negatividade, ou seja, sangrou menos em quem usou Bivalirudina, porém à custa de maior incidência de trombose de stent. E o que justifica, então, uma nova comparação dessas duas estratégias? Segundos os autores a abordagem pré-hospitalar e os avanços terapêuticos como a possibilidade de acesso radial para intervençã

Relato de Caso: Dor precordial típica em paciente de 47 anos.

C.L.S. Paciente feminina, 47 anos, hipertensa, natural e procedente de Brasília. Relata que em 19/06/12, por volta das 11 horas, após ter passado por um momento importante de estresse (recebera notícia do sequestro de sua filha), começou a cursar com dor precordial, de forte intensidade, constrictiva e com duração de aproximadamente 02 horas, sendo levada para atendimento em Clínica Privada, na cidade de Luis Eduardo Magalhães; admitida ainda mantendo sintomatologia, de menor intensidade. Realizado Eletrocardiograma (descrição de prontuário da referida Clínica e do Hospital a qual foi transferida posteriormente em Brasília), que evidenciava supradesnivelamento do segmento ST, em parede ântero-lateral e inferior.   Foi medicada com AAS, Clopidogrel, Atenolol, Atorvastatina, Nitrato EV, Morfina e Clexane. Laboratório de 20/06/12, evidenciava elevação dos marcadores de necrose miocárdica: Troponina 1,29- 0,97 (valor de referência < 0,05) e CKMb massa 21,7- 7,1 (valor de refer

Relato de Caso: Miocardiopatia Chagásica terminal.

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A.N.B.N. 31 anos, feminina, natural de Irecê e procedente de Luis Eduardo Magalhães. Portadora de Miocardiopatia Chagásica, forma arrítmica e dilatada, tendo dado entrada em Clínica Particular na Cidade de Luis Eduardo Magalhães em 05/07/13, com quadro de Insuficiência Cardíaca Descompensada perfil frio e seco, hipotensa (70x50 mmHg), com palidez cutânea acentuada, descorada ++/4, presença de cianose labial, pele fria e pegajosa, taquipneica (41 ipm) com frequência cardíaca de 62 bpm em ritmo de Marcapasso modo DDD implantado em 29/02/12; bulhas hipofonéticas, presença de terceira bulha cardíaca (B3), com sopro sistólico grau III/VI em foco mitral; presença importante de estase de jugulares, hepatomegalia e em anasarca, sem congesto pulmonar. Foi iniciada Dopamina 6-8 micg/Kg/min e Furosemida EV em baixa dose, com melhora parcial do quadro. Solicitado transferência. Hb 10,5; Ureia 60; Creatinina 1,46; Sódio 140; Potássio 4,8. RNI de 2,02 sem anticoagulante, com TGO e

BRUISE CONTROL - NEJM Maio 2013

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N Engl J Med 2013; 368: 2084-2093 Milhares de paciente necessitam anualmente de implante de dispositivos de Marcapasso ou CDI, e muitos destes,  estão em uso de anticoagulação oral com Varfarina;  que por motivos inerentes à própria patologia que requereu a anticoagulação (ex. Prótese valvar mecânica, TEP), a suspensão desta torna-se de alto risco para eventos tromboembólicos. O que fazer nestes casos para reduzir o risco de complicações hemorrágicas durante e após o implante de tais dispositivos? Lugar comum é a utilização da Heparina como uma ponte de anticoagulação, entre a suspensão de Varfarina e a reintrodução da mesma após o procedimento. Digo lugar comum porque é um daqueles conhecimentos que fazemos e não nos damos conta de por que e de onde veio. Será mesmo que suspender Varfarina e manter o paciente em anticoagulação com Heparina no Peri -procedimento reduz sangramentos/hematomas em local de implante de Marcapasso/CDI? É justamente essa pergunta que o ensaio
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Cardiac-Resynchronization Therapy in Heart Failure with a Narrow QRS Complex. EchoCRT Study NEJM:  September 3, 2013 DOI: 10.1056/NEJMoa1306687 É de conhecimento que o aumento da duração do QRS, associado a piora da disfunção ventricular, ocorre em aproximadamente 30% dos pacientes com insuficiência cardíaca e está diretamente relacionado a um pior prognóstico. Assim como, o uso de marcapasso multisítio ou ressincronização cardíaca melhora a função contrátil, reduz a insuficiência mitral secundária a dilatação do anel, promove remodelação reversa e melhora da fração de ejeção do ventrículo esquerdo. Os benefícios com esta forma de terapia foram demonstrados em pacientes com NYHA CF III/IV, duração do QRS > 120 a 130 mms  em uso de terapia farmacológica otimizada. A terapia de ressincronização reduziu a rehospitalação em aproximadamente 30% e mortalidade em 24% a 36%. Esses resultados já são evidenciados com apenas 3 meses de uso do dispositivo. Após os estud

A mente e o coração

      Na semana passada tive a oportunidade de ver mais um caso da chamada Síndrome do Coração Partido (Miocardiopatia de Takotsubo ou de estresse). Essa doença ocorre classicamente em mulheres pós menopausadas, que passam por situações de estresse de maneira intensa (ex: morte de parentes, sequestro, brigas familiares, etc...). Na maioria das vezes as pacientes chegam com queixas iguais a de um infarto cardíaco e são submetidas a exames que mostram que as artérias do coração estão completamente normais (o contrário do que ocorre no infarto). Na Síndrome do coração partido o que acontece é que o estresse gera uma descarga de substâncias no coração que acabam fazendo com que uma determinada parte do coração pare de bater, gerando dor no peito e podendo resultar até em morte!     O que chama atenção não é só o fato de se tratar de uma doença incomum na qual a história contada pelos pacientes é fundamental para o diagnóstico, mas principalmente por esta patologia ser uma prova inque
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Randomized Trial of Preventive Angioplasty in Myocardial Infarction PRAMI Trial Surge no Reino Unido, aonde a política de saúde pública e condutas conservadoras são reconhecidamente bem aplicadas, um estudo que tem a intenção de quebrar o paradigma vigente:  o PRAMI trial.   No PRAMI foi adotada uma estratégia agressiva para os parâmetros atuais caracterizada por, após o tratamento  com sucesso da artéria culpada em pacientes com IAM com supra (angioplastia primária), tratamento  adicional com stent em todas as  lesões  consideradas significantes  versus  tratamento convencional descrito como intervenção percutânea apenas quando da evidência objetiva de isquemia. Randomiz ado, não cego, com follow up médio de 23 meses, 465 participantes e realizado em 05 centros de diferentes países, concluiu que em pacientes com IAM com supra de ST submetidos a angioplastia primária e com doença coronariana multiarterial, a ICP preventiva das artérias não responsáveis pelo infa
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A New Risk Scheme to Predict Ischemic Stroke and Other Thromboembolism in Atrial Fibrillation:  The ATRIA Study Stroke Risk Score Sempre que alguma novidade surge, há o risco de ser vista com certo ceticismo e desconfiança enquanto outras são vistas como verdadeiros milagres, mesmo que ainda como promessas futuras. A história da medicina é cheia desses exemplos. Algumas com enredo dramático, como a revolta das vacinas, onde a falta de informações e a violência das autoridades combinada com a ignorância da população favoreceu o fracasso de uma excelente campanha sanitarista e por pouco não terminou em um golpe militar. No oposto, temos a terapia com células tronco, cujos resultados, ainda que incipientes e longe de se tornarem rotina na prática médica, alimentam o sonho de milhares de pessoas para as quais a medicina moderna ainda não tem tratamento. Entre os extremos temos aquelas novidades que passam despercebidas pela maioria da população, mas que colocam em questão muit
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WARFARIN, ASPIRIN, OR BOTH AFTER MYOCARDIAL INFARCTION Historicamente, em meados de 2002, a dupla antiagregação plaquetária com AAS e Clopidogrel tinha cheiro de novidade e ainda não estava consolidada na prevenção secundária para ocorrência de eventos trombóticos em pacientes pós-infarto agudo do miocárdio (IAM). Lembramos que o CURE foi publicado em 2001. Sabendo que pacientes após IAM apresentam um risco de 15 a 20% de ocorrência de um novo evento coronariano e de morte, eram utilizadas terapias antitrombóticas com agentes anticoagulantes ou antiplaquetários orais na prevenção secundária com intuito de reduzir a ocorrência de desfechos duros como reinfarto, morte e acidente  vascular cerebral. Entretanto, conhecimentos sobre a utilização dessas terapias de forma isolada ou combinada, nesse contexto, eram limitados. Estudos prévios já haviam comparado a Warfarina com o AAS após o IAM, não demonstrando diferenças estatísticas significativas na taxa de morte e reinfarto. Tam
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Renal sympathetic denervation in patients with treatment-resistant hypertension (The Symplicity HTN-2 Trial): a randomised controlled trial  É fundamentado que o tratamento da hipertensão arterial está associado à redução de eventos cardiovasculares. Para essa finalidade são orientadas intervenções que incluem medidas farmacológicas e não farmacológicas. Entretanto, em uma grande parcela da população, a utilização das várias drogas disponíveis como monoterapia ou de forma combinada associada à mudança do estilo de vida não são capazes de reduzir efetivamente os níveis pressóricos às metas preconizadas. O fracasso dessas estratégias sugere que a fisiopatologia subjacente é refratária as intervenções disponíveis. No contexto da hipertensão refratária, sabe-se que a modulação do centro simpático renal pode estimular a liberação de renina, aumento da reabsorção de sódio tubular e redução do fluxo sanguíneo contribuindo para o desenvolvimento e perpetuação da hipertensão arteri